ROMA, 12 Jul. 12 / 03:32 pm (ACI).- Ao representar a Santa Sé durante a
20ª sessão do Conselho para os Direitos humanos da ONU, Dom Silvano Maria
Tomasi, denunciou violência física e encoberta que oprime milhares de cristãos
em todo o mundo.
Em declarações à Rádio Vaticano, Dom Tomasi explicou que existem dois
tipos de violência contra os cristãos: aquela física e direta sobre a pessoa, e
outra mais sutil que faz da corrente do laicismo uma espécie de ditadura
antirreligiosa.
Em suas declarações à RV, o prelado explicou que em muitos países há uma
grande violência contra os grupos religiosos: "tivemos casos muito
chamativos na Nigéria, Quênia, e outras partes do mundo, onde os crentes –sobre
tudo cristãos-, enquanto rezavam, foram atacados com bombas e violência que
deixam sobre o terreno dezenas de mortos", afirmou.
Mas, o arcebispo também recordou que o mundo ocidental também não escapa
deste tipo de perseguição religiosa. À diferença da África ou da Ásia,
explicou, é que no Ocidente a agressão "não se expressa através de uma
violência física, mas sim de mecanismos muito mais sofisticados. De maneira que
posteriormente entram na legislação de um país, tratando de impor uma filosofia
laica, que não é neutra –deixando espaço, segundo dizem, a todas as expressões
culturais, religiosas e de convicções também não-crentes-, mas impondo um
estilo de vida e humano de pensar, que deixa pouco espaço às convicções
religiosas".
"Diante desta realidade, é importante que as comunidades
internacionais, sobre tudo as comunidades de fiéis –em particular as
comunidades cristãs -, tomem sua responsabilidade e
façam que realmente se
compreenda que a verdadeira liberdade implica a possibilidade concreta de
exercitar não só o culto, a oração em nível individual, mas a possibilidade de
participar coletivamente na vida da sociedade, através de obras sociais e
através da liberdade de poder falar das próprias convicções e dos próprios
valores fazendo que estes
possam começar a fazer parte também do bem comum", disse.
Dom Silvano Tomasi indico que sua principal petição à ONU foi o respeito
à liberdade de expressão religiosa, algo que "forma parte das convicções
mais profundas do povo de um país".
Ele afirmou que se isto for respeitado, outros direitos humanos o serão
também pois "há uma correlação entre o respeito dos direitos humanos e a
possibilidade da liberdade religiosa em particular, e a possibilidade de viver
juntos pacificamente, e portanto, nos países em vias de desenvolvimento,
trata-se sobre tudo, de facilitar o progresso do país, e atuar de modo que as
forças sãs e criativas de uma população fiquem à disposição do bem comum e não
sejam canalizadas para atividades de conflito e de ódio, que levam apenas à
morte e à destruição".
O prelado considerou que, é "cada vez mais evidente que a liberdade
de religião, é o direito central e fundamental de todos os direitos
humanos", e que a comunidade internacional "tem a responsabilidade de
criar uma mentalidade que respeite esta liberdade e proveja mecanismos e
medidas que, concretamente,
permitam que ela seja exercitada e respeitada".
Fonte: Cléofas
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