OS SEIS PECADOS CONTRA O ESPÍRITO SANTO
CATECISMO MAIOR DE SÃO PIO X
TODO O QUE TIVER FALADO CONTRA O FILHO DO HOMEM SERÁ PERDOADO. SE, PORÉM, FALAR CONTRA O ESPÍRITO SANTO, NÃO ALCANÇARÁ PERDÃO NEM NESTE SÉCULO NEM NO SÉCULO VINDOURO. (MT. 12,32).
QUANTO PIOR CASTIGO JULGAIS QUE MERECE QUEM CALCAR AOS PÉS O FILHO DE DEUS, PROFANAR O SANGUE DA ALIANÇA, EM QUE FOI SANTIFICADO, E ULTRAJAR O ESPÍRITO SANTO, AUTOR DA GRAÇA! (HB. 10,29)
Como Deus poderá
perdoar alguém que não quer ser perdoado? Ora, a blasfêmia contra o espírito
santo é o pecado cometido pelo homem, que reivindica seu pretenso ‘direito’ de
perseverar no mal – em qualquer pecado – e recusa por isso mesmo a redenção. O
homem fica fechado no seu pecado, tornando impossível da sua parte a própria
conversão e também, conseqüentemente, a remissão dos pecados, que considera não
essencial ou não importante para a sua vida”(10). Santo tomás de Aquino responde que se
trata da um pecado «imperdoável por sua própria natureza, porque exclui aqueles
elementos graças aos quais é concedida a remissão dos pecados. Blasfemar
contra o espírito santo é desprezar as inúmeras evidências bíblicas sobre sua
obra e natureza. É se agarrar a conceitos pré-estabelecidos desprezando a luz
que emana do espírito santo de Deus. A bíblia é clara sobre o pecado
imperdoável: blasfemar contra o espírito santo é desprezar as abundantes
evidências que temos à nossa disposição. Só blasfema contra o espírito santo
quem resiste contra o poder de Deus revelado em suas palavras e obras e os
atribui ao inimigo. Deus não leva em conta os tempos de ignorância (atos
17:30), mas exige um posicionamento firme daqueles que recebem a luz. “a
condenação é esta: a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do
que a luz porque as obras deles eram más.” - joão 3:19. O pontificado do papa
são pio x de 1903 a
1914 - em seu catecismo maior, ensinou que são seis os pecados contra o
espírito santo: o pecado contra o espírito santo consiste na rejeição da
graça de Deus; é a recusa da salvação. Implica numa rejeição completa à
ação, ao convite e à advertência do espírito santo. 1º - desesperar da
salvação: quando a pessoa perde as esperanças na salvação, achando que sua
vida já está perdida e que ela se encontra condenada antes mesmo do juízo.
Julga que a misericórdia divina é pequena. Não crê no poder e na justiça de Deus. 2º - presunção de
salvação, ou seja, a pessoa
cultiva em sua alma uma idéia de perfeição que implica num sentimento de
orgulho. Ela se considera salva, pelo que já fez. Somente Deus sabe se aquilo
que fizemos merece o prêmio da salvação ou não. A nossa salvação pode ser
perdida, até o último momento da nossa vida, e Deus é o nosso juiz eterno.
Devemos crer na misericórdia divina, mas não podemos usurpar o atributo divino
inalienável do juízo. O simples fato de já se considerar eleito é uma atitude
que indica a debilidade da virtude da humildade diante de Deus. Devemos ter a
convicção moral de que estamos certos em nossas ações, mas não podemos dizer
que aos olhos de Deus já estamos definitivamente salvos. Os calvinistas, por
exemplo, afirmam a eleição definitiva do fiel, por decreto eterno e imutável de Deus. A igreja católica ensina que, normalmente, os homens nada sabem sobre o
seu destino, exceto se houver uma revelação privada, aceita pelo sagrado
magistério. Por essa razão, os homens não podem se considerar salvos antes do
juízo. 3º - negar a verdade conhecida como tal pelo magistério da santa
igreja, ou seja , quando a pessoa não aceita as verdades de fé (dogmas
de fé), mesmo após exaustiva explicação doutrinária. É o caso dos hereges.
Considera o seu entendimento pessoal superior ao da igreja e ao ensinamento do
espírito santo que auxilia o sagrado magistério. 4º - inveja da graça
que Deus dá aos outros. A inveja é um sentimento que consiste em irritar-se porque
o outro
Conseguiu algo de bom.
Mesmo que você possua aquilo ou possa ganhar um dia. É o ato de não querer o bem
do semelhante. Se eu invejo a graça que Deus dá a
alguém, estou dizendo que
aquela pessoa não merece tal graça, me tornando assim o juiz do mundo. Estou me
voltando contra a vontade divina imposta no governo do mundo. Estou me voltando
contra a lei do amor ao próximo. Não devemos invejar um bem conquistado por
alguém. Se este bem é fruto de trabalho honrado e perseverante, é vontade de Deus que a pessoa desfrute daquela graça. 5º - a obstinação no pecado é a vontade firme
de permanecer no erro mesmo após a ação de convencimento do espírito santo. É não aceitar a ética
cristã. Você cria o seu critério de julgamento ético. Ou simplesmente não adota
ética nenhuma e assim se aparta da vontade de Deus e rejeita a salvação. 6º - a impenitência
final é o resultado de toda uma vida de rejeição a Deus : o indivíduo persiste no
erro até o final, recusando arrepender-se e penitenciar-se, recusa a salvação
até o fim. Consagra-se ao adversário de cristo. Nem mesmo na hora da morte tenta
se aproximar do pai, manifestando humildade e compaixão. Não se abre ao convite
do espírito santo definitivamente. Deus não condena ninguém. Ao
contrário, “Deus não quer que ninguém se perca, mas que todos cheguem a se
converter”(11). No entanto, Deus não criou os seres humanos
como irracionais, mas os criou à sua ‘imagem e semelhança”, que
quer dizer: nos deu inteligência, para separar o bem do mal; liberdade,
para escolher o bem ou o mal; e vontade, para vivenciar o bem ou o
mal. A escolha é nossa, é de cada um. Assim, vivemos a nossa vida direcionados
pelos três pilares da imagem e semelhança de Deus: inteligência, liberdade e
vontade, para que assim decidamos o que queremos trilhar. No fim da vida
terrena, a morte confirmará a nossa decisão, dando-nos aquilo que escolhemos.
Por isso, a conclusão torna-se óbvia: só está no inferno aqueles que realmente
querem estar lá, aqueles que não querem a presença de Deus que ilumina suas
imundícies. Por outro lado, Deus, que “não quer que ninguém se perca”, continua
a amar sua criatura, mesmo esta preferindo estar longe. Como já disse, o amor
de Deus não impõe condições, assim, onde quer que a criatura esteja, Deus a
amará sempre, embora respeitando aquilo que a faz ser uma pessoa: sua
inteligência, sua liberdade e sua vontade. Em suma: o pecado
contra o espírito santo consiste na rejeição consciente da graça de Deus; é a
recusa da salvação que, conseqüentemente, impede Deus de agir, pois ele está à
porta e bate(12), e a abre quem quiser. A persistência neste pecado,
que é contra o espírito santo, pois este tem a missão de mostrar a verdade,
levará o pecador para longe de Deus, para onde ele escolheu estar. Apesar
disso, o senhor continuará a amá-lo com o mesmo amor de pai que tem para com
todos, porém respeitando a decisão de seu filho que é inteligente e livre.“ a igreja implora que o perigoso pecado contra o
espírito santo ceda o lugar a uma santa disponibilidade para aceitar a missão
do consolador, quando ele vier para «convencer o mundo quanto ao pecado, quanto
à justiça e quanto ao juízo”.
João paulo II , artigo extraído do
documento dominum et vivificantem - 16/03/2007
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