SOBRE A TIBIEZA POR SANTO AFONSO MARIA DE
LIGÓRIO
A tibieza é
uma hesitação ou uma negligência em responder ao amor divino, podendo implicar
a recusa de se entregar ao dinamismo da caridade. A acídia ou preguiça
espiritual chega a recusar até a alegria que vem de Deus e a ter horror ao bem
divino. O ódio a Deus vem do orgulho. Opõe-se ao amor de Deus, cuja bondade
nega, e atreve-se a maldizê-lo como aquele que proíbe os pecados e inflige as
penas - CATECISMO § 2094
“A alma caída em tibieza não pensa em se
corrigir de suas faltas: e estas se multiplicando a tornam de tal sorte
insensível aos remorsos, que um dia chega onde se acha perdida, sem que sequer
o tenha percebido!”
[Livro SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO - A Verdadeira Esposa de
Jesus Cristo].
Diz o Senhor dos Exércitos: “Oxalá fosses frio ou quente!Mas, como
és morno, nem frio nem quente, vou vomitar-te” (Ap 3,15-16). Isto é: “Seria
mais vantajoso para ti, se fosses privado inteiramente da minha graça; porque
terias mais esperança de sarar. Permanecendo pelo contrário, na tua tibieza,
estás mais exposto à condenação, porque desse estado cairás mais facilmente em
pecado mortal, com pouca esperança de te levantares” [SANTO AFONSO MARIA DE
LIGÓRIO - A Verdadeira Esposa de Jesus Cristo].
“Toma-se facilmente uma bebida,
quando está fria ou quente; mas não, quando está tépida, porque causa náuseas.
É por isso que a alma tíbia está exposta a ser vomitada da boca de Deus, ou a
ser privada da sua graça e abandonada; o que é bem expresso pelo vômito, porque
tem-se horror de tomar de novo o que uma vez se vomitou. Mas, eu pergunto, como
é que Deus começa a vomitar uma alma ? – Cessa de dar-lhe as luzes vivas da fé,
as consolações espirituais, os santos desejos, e deixa de lhe fazer ouvir pelos
apelos cheios de amor de que a tinha favorecido até então. Dai, ela se põe a descuidar
da oração, das comunhões, visitas e preces, ou então faz tudo isso com grande
enfado, desgosto e distração, ou faz tudo como forçada, com o espírito
dissipado e agitado, e sem devoção. Eis de que maneira Deus começa a vomitá-la.
E assim não achando senão peso e repugnância na oração e nos outros exercícios
de piedade, sem nenhum alívio, a infeliz acaba por abandonar todos, e se deixa
cair em faltas graves” [SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO - A Verdadeira Esposa de
Jesus Cristo].
Dizia SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO que “SANTA JACINTA
MARISCOTTI vivia com muita tibieza no convento de SÃO BERNARDINO DE VITERBO,
quando o Padre Bianchetti, religioso franciscano, ai veio na qualidade de
confessor extraordinário. Apresentando-se para se confessar o padre lhe disse
em tom severo: “És religiosa? Pois bem! Sabe que o paraíso não é para as
religiosas vãs e orgulhosas”. Ao que respondeu: “Pois terei eu deixado o mundo
para ir ao inferno?” “Sim, replicou o Padre, o inferno é a morada destinada às
que te são iguais. É para lá que vão todas as religiosas que no convento vivem
como seculares“.Esta sentença fez refletir a pobre irmã, que entrou em si,
confessou-se, chorando amargamente a vida passada, e se pôs desde logo a
marchar com passo firme no caminho da perfeição” SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO nos
ensina que há duas espécies de tibieza; uma inevitável e outra evitável.
“A
tibieza inevitável: é aquela da qual nem os santos são livres. Ela abrange todas
as faltas cometidas sem plena deliberação, mas só pela nossa fragilidade
humana: as
distrações na oração, as perturbações
interiores, as palavras inúteis, a vã curiosidade, o desejo de se mostrar, o
gosto no comer e no beber, os movimentos de sensualidade não controlados
prontamente, e tantos outros.Essas faltas, devemos evitá-las quanto pudermos
mas devido à fraqueza de nossa natureza humana, corrompida pelo pecado, é
impossível evitá-las todas. Devemos sim nos arrepender quando fazemos estes
pecados, pois desgostam a Deus, mas não devemos nos perturbar por causa
delas.Escreve SÃO FRANCISCO DE SALES: ‘Todos os pensamentos que nos trazem
inquietação não são de Deus, príncipe da paz, mas nascem sempre ou do demônio
ou do amor próprio ou da estima de nós mesmos’.Portanto as faltas irrefletidas,
feitas sem querer, também sem querer se apagam.Basta para isso um ato de
arrependimento ou um ato de amor. A tibieza, que impede a nossa santificação é
aquela que chamamos de Evitável
A tibieza evitável: cometer pecados veniais refletidos.Todos esses pecados cometidos de
olhos abertos, bem que podemos evitá-los em nossa vida, com a graça de Deus.Por
isso dizia SANTA TERESA D'AVILA: ‘Que Deus nos livre dos pecados deliberados,
por pequeno que seja!’.Assim, por exemplo as mentiras voluntárias, as pequenas
murmurações, as imprecações, os ressentimentos, o caçoar do próximo, as
palavras picantes, a vaidade, as antipatias nutridas no coração, a afeição
desordenada a pessoas de outro sexo. SANTA TERESA D'AVILA dizia que esses
pecados são como vermes que não se deixam conhecer enquanto não roerem as
virtudes em nós…Com as coisas pequenas o demônio vai abrindo buracos onde
entram as coisas grandes.Por isso devemos recear cometer tais pecados
deliberados.por causa deles, Deus diminui as luzes mais claras no coração, seu
socorro mais forte, e nos tira o consolo espiritual da alma.Por isso é que uma
pessoa faz contrariada e com muito custo os atos de piedade.Depois começa a
deixar a oração, a comunhão, as visitas a Jesus Sacramentado, as devoções; finalmente
deixará tudo como já tem acontecido muitas vezes a tantas pessoas infelizes”
[SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO - A Prática do amor a Jesus Cristo].
Contra tudo isso, nos ensina o mesmo santo que existem cinco meios para deixar a tibieza:
Primeiro, o desejo de perfeição; segundo, a decisão de alcançá-la; terceiro, a meditação; quarto,a comunhão freqüente e quinto, a oração. Que possamos abraçar os cinco meios ensinados por Santo Afonso Maria de Ligório, e fugir da tibieza que tanto impede a nossa perfeição, que tanto impede o vôo de nossas almas para Deus! “Como a ave que, atravessando o ar em seu vôo, não deixa após si o traço de sua passagem, mas, ferindo o ar com suas penas, fende-o com a impetuosa força do bater de suas asas [Sb 5,11] .Nossa alma escapou como um pássaro, dos laços do caçador. Rompeu-se a armadilha, e nos achamos livres. [Sl 123,7)]”
Contra tudo isso, nos ensina o mesmo santo que existem cinco meios para deixar a tibieza:
Primeiro, o desejo de perfeição; segundo, a decisão de alcançá-la; terceiro, a meditação; quarto,a comunhão freqüente e quinto, a oração. Que possamos abraçar os cinco meios ensinados por Santo Afonso Maria de Ligório, e fugir da tibieza que tanto impede a nossa perfeição, que tanto impede o vôo de nossas almas para Deus! “Como a ave que, atravessando o ar em seu vôo, não deixa após si o traço de sua passagem, mas, ferindo o ar com suas penas, fende-o com a impetuosa força do bater de suas asas [Sb 5,11] .Nossa alma escapou como um pássaro, dos laços do caçador. Rompeu-se a armadilha, e nos achamos livres. [Sl 123,7)]”
MÃE , LIVRAI-NOS DA TIBIEZA - Oração a Nossa
Senhora, Esposa do Espírito Santo, pedindo que nos livre da tibieza :
Esposa do Espírito Santo,Mãe da divina
graça!Fazei-nos compreender que as alegrias de Deus,que ninguém pode tirar,só
podem ser usufruídas pelas almas que se empenham em viver a sério a santidade a
que Jesus nos chamou: Sede, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que
está nos céus. Fazei-nos entender, Mãe nossa, que essas alegrias, intimamente
unidas à paz que o mundo não pode dar, são fruto do Espírito Santo – que é o
Amor no seio da Trindade – , da docilidade à sua Graça, às suas inspirações e,
sobretudo, aos seus sete Dons. Que vejamos que elas são fruto da vida interior,
da união com Cristo na Cruz, da mortificação generosa; da vibração apostólica,
da entrega aos que ignoram e erram, da solicitude para com os que sofrem e da
caridade para com todos. Que compreendamos que essas alegrias procedem somente
do “fogo de Cristo” – o divino Espírito Santo! – que a alma em Graça leva, como
num templo, dentro do coração. Por isso, Mãe, nós vos pedimos: – Não permitais
que esse fogo se apague. Livrai-nos do desleixo espiritual, da moleza consentida,
da displicência nas coisas de Deus, da piedade formal e do dever rotineiro, da
indiferença para com o próximo, da conivência disfarçada com as tentações, do
desejo mascarado de tirar uma lasquinha de cada um dos sete pecados capitais.
Mãe da divina Graça, curai as chagas abertas na alma pelo nosso egoísmo –
“vento gelado” que apaga as chamas de Pentecostes –, e pelo nosso amor-próprio
mesquinho, que se empenha em entronizar o “eu”, com seus “gostos”, “vontades” e
“vaidades”, no altar do coração onde só Deus deveria reinar. Livrai-nos de
querer justificar a nossa negligência com mil desculpas tíbias e “razões sem
razão”. Fazei-nos compreender com luzes claras que a tibieza – para dizê-lo com
palavras de São Paulo – contrista o Espírito Santo de Deus. Ajudai-nos a
entender especialmente, Mãe, que a primeira coisa que a tibieza “afoga” na alma
do cristão – quando atraiçoamos o Amor – são os sete dons do Espírito Santo: –
Sabedoria, Entendimento, Conselho, Fortaleza, Ciência, Piedade e Temor de Deus.
Os sete Dons, Senhora! Eles são os sete sopros do Amor da Trindade que enfunam
as velas da alma em Graça e a dirigem, veloz, para Deus. Eles são as brisas do
Céu que, suave e fortemente, impelem as velas do barco da alma, sempre que a
alma a elas se abra, generosa, e se deixe guiar, transparente, como um diamante
puro de três faces: a fé, a esperança e o amor. Eles, os sete Dons, são as mãos
do Amor divino que guiam o leme dessa barca frágil. São igualmente – como os
antigos diziam– as chuvas que fecundam a alma, e a tornam capaz de dar frutos,
os frutos do Espírito Santo que São Paulo assim enunciava: Alegria, paz,
paciência, amabilidade, bondade, lealdade, mansidão, autodomínio, castidade. Os
sete Dons são ainda, Mãe – que maravilha! – , indescritível esplendor de luz,
força invencível, cálido consolo e aconchego, e, no final da vida, nos levam a
entrar, felizes para sempre, no próprio seio do Coração de Deus. Por isso, Mãe,
nós vos pedimos, pela intercessão de São Josemaria, que nos obtenhais do
Espírito divino esses sete tesouros, esses sete dons, sem os quais é impossível
que a alma avance, de claridade em claridade, de amor em amor, seguindo os
passos de Cristo até alcançar a santidade e o Céu
2 comentários :
Geovani, esse São Josemaria, desculpe-me, é o Jose Maria Escrivá, da Espanha? Fundador do Opus Dei?
acredito que sim carlosumdoistres pois o Beato Papa João Paulo II canonizou o Fundador do Opus Dei na Praça de São Pedro, perante mais de 300 000 pessoas vindas de todo mundo .. então tudo indica que é ele sim amigo !
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